sexta-feira, 14 de março de 2025

VITÓRIA de Andrucha Waddington


O possível último filme da carreira da atriz Fernanda Montenegro (95 anos) apresenta uma atuação forte e marcante de uma lenda do cinema brasileiro em uma história reflexiva e típica do Brasil, sobre  coragem, força e resiliência.


Vitória é um filme que mergulha na história real de Joana da Paz, uma mulher que desafiou o tráfico de drogas em uma favela do Rio de Janeiro. Aposentada, ela desmontou uma quadrilha carioca de traficantes e policiais a partir de filmagens feitas da janela do seu apartamento. Solitária e aflita com a violência, passa seus dias em busca da paz perdida em sua própria casa, enfrentando constantes tiroteios e criminalidade à beira da sua janela. Essa jornada, que representa a vida de milhares de brasileiros, é retratada nesta obra de forma sensível, sincera e dura.

Fernanda Montenegro é o coração deste filme; ela se entrega com paixão em sua atuação. E, ainda que seja um filme simples, que mostra o poder do cinema em contar histórias de personagens da vida real, muitas camadas desse cenário são deixadas de lado, transformando Vitória apenas em um palco para a personagem principal. Essa escolha artística é um tanto acertada, tendo em vista que outros filmes clássicos do cinema brasileiro focam na história do tráfico no Brasil de forma mais complexa e detalhista. O foco em Vitória está no olhar humano de uma senhora idosa vivendo nesse contexto pesado e, infelizmente, normalizado.

Andrucha Waddington (Eu, Tu, Eles/Sob Pressão) assumiu o posto como realizador do filme após a morte de seu amigo, o diretor Breno Silveira, em 2022. Seu trabalho é bastante satisfatório; é um filme que carrega sua assinatura ao conduzir vidas humanas no caos do cotidiano de uma metrópole. Os atos de coragem de Joana da Paz, que viveu seus últimos dias em um programa de proteção à testemunha, por si só, já são uma narrativa interessante e, com o brilhantismo de Fernanda Montenegro nessa personagem, transformam Vitória em mais um "hit" do cinema brasileiro. Deve dividir opiniões e encantar na mesma medida.


Muito Bom! ⭐️⭐️⭐️⭐️

Em cartaz nos cinemas brasileiros! 

quarta-feira, 12 de março de 2025

BETTER MAN - A HISTÓRIA DE ROBBIE WILLIAMS de "Michael Gracey"

 


A biografia do popstar britânico Robbie Williams é uma produção ousada e criativa que substitui sua estrela principal por uma criação de efeitos visuais: um macaco.

"Better Man" é baseado na história real da ascensão meteórica, da queda dramática e do ressurgimento notável do astro pop britânico Robbie Williams, um dos maiores artistas de todos os tempos. Sob a direção visionária de Michael Gracey (O Rei do Show), o filme é contado exclusivamente da perspectiva de Robbie, capturando sua sagacidade característica e espírito indomável. Ele segue a jornada de Robbie desde a infância até se tornar o membro mais jovem da boyband líder das paradas britânicas, Take That, e suas realizações inigualáveis como um artista solo recordista — ao mesmo tempo em que enfrenta os desafios que a fama e o sucesso estratosféricos podem trazer.

A superprodução utiliza números musicais de alta performance, com energia e tecnologia de calibre próximo ao trabalho impecável dos filmes recentes da franquia "Planeta dos Macacos", e transforma Williams (Jonno Davies) em um primata crível. O filme, inclusive, foi indicado ao Oscar 2025 na categoria de Efeitos Especiais. Além da qualidade técnica, o roteiro é bem escrito, cheio de vulnerabilidade e verdades desconfortáveis o suficiente sobre o passado de Williams para não parecer um projeto de vaidade total. O filme não é chapa branca em relação aos problemas de Williams, e o popstar não tem problemas em incluir aspectos de seu passado, como seu relacionamento tóxico com rivais, como a banda Oasis, ou mesmo o uso excessivo de drogas e a falta de responsabilidade com os fãs.

A primeira metade do longa é bem divertida e, depois, fica muito centrada nas alucinações do cantor e nos anseios de sucesso. Algumas cenas são surpreendentemente gráficas, mas poderosamente imaginativas, e a maneira como essas versões aparecem realmente incorpora o que é estar em guerra consigo mesmo. Um filmaço!


MUITO BOM ⭐️⭐️⭐️⭐️

Em cartaz nos cinemas do Brasil em 13/03!

terça-feira, 11 de março de 2025

O MELHOR AMIGO de Allan Deberton


O musical LGBTQIA+ é uma divertida comédia onde seus protagonistas precisam encontrar em si mesmos as respostas para seus sentimentos ao som de hits nacionais.


O filme se passa na praia de Canoa Quebrada, quando Lucas e Felipe se reencontram, fazendo acender antigos desejos. Enquanto Lucas se joga neste paraíso solar e musical em busca de uma paixão ardente e incerta, Felipe, com sua presença misteriosa, parece disperso e receoso em relação aos seus sentimentos. Esse enredo bem "água com açúcar" ou, melhor, "água de chuca", rende bons momentos; ainda que apresente muitos estereótipos do gay masculino, quase sempre resumido à busca incessante por sexo e paixões momentâneas com pouca profundidade.

Na história, Lucas (Vinicius Teixeira) é um rapaz tímido e deslocado. Após romper com o namorado e seguir em viagem para o Ceará, o personagem mostra uma certa insegurança em sua decisão e, aos poucos, vai permitindo-se viver outras histórias, seja em aplicativos de encontros ou mesmo acidentalmente encontrando seu amigo das antigas, Felipe (Gabriel Fuentes), que exala sexualidade; ele tanto pode ser sedutor a ponto de ninguém duvidar de suas intenções, como, no instante seguinte, desaparecer e refugiar-se em si mesmo. Essa dinâmica entre os dois é customizada por sentimentos que são expressos em números musicais que servem para a fuga do real.

Nessa jornada, com um dilema que perde intensidade e se torna bobo e pudico, Lucas ainda tem a ajuda de coadjuvantes que servem para confrontar seus medos. Cláudia Ohana, Solange Texeira, Mateus Carrieri e Gretchen, além de alguns outros nomes da comunidade LGBTQIA+, estão presentes. Embora muita expectativa tenha sido gerada em relação ao novo projeto do diretor Allan Deberton, que nos trouxe a obra-prima "Pacarrete" (2019), "O Melhor Amigo" merece destaque pela investida em um musical gay, com números de canto e dança, em moldes raros no cinema brasileiro. Sua atmosfera cafona e com referências acessíveis ao grande público do mundo "queer" são seus pontos fortes. Se a intenção era realizar um exemplar da "sessão da tarde", leve e divertido, sem maiores pretensões, esse objetivo foi alcançado.



BOM ⭐️⭐️⭐️

Em cartaz nos cinemas em 13/03!

quinta-feira, 6 de março de 2025

MICKEY 17 de "Bong Joon-ho"

Bong Joon-ho, um dos melhores cineastas dessa geração está de volta em uma aventura de ficção científica irônica, que beira o genial mas esbarra em inconsistências, fugindo das questões que abrange.

Mickey 17, embora seja um conto de gênero pesado em sátira, não é tão afiado quanto se poderia esperar de um diretor que já entregou filmes geniais como O Hospedeiro (2006) e Parasita (2019). Em uma história que lida com identidade, consciência e o que significa ser humano, esse terreno fértil para uma exploração elevada e instigante se esvazia em meio a uma trama nonsense. Não que seja um grande problema, tudo vai ganhando forma durante o filme mas compromete o resultado final que foge do minimalismo elegante das obras de Bong.

O espetáculo visual da ficção científica é gratificante e coroado com uma atuação muito boa de Robert Pattinson, que interpreta Mickey Barnes, um perdedor que aceita um emprego mal pago em uma missão de colônia interplanetária. Ele é um "dispensável", regularmente jogado em situações perigosas sem se preocupar com seu bem-estar. Cada vez que ele morre, um corpo novo é impresso e infundido com uma gravação de suas memórias. Quando em uma missão ele de forma improvável sobrevive e retorna para sua nave de colônia, ele descobre que já foi substituído: uma duplicata recém-impressa está morando em seus aposentos e dormindo com sua namorada Nasha (Naomi Ackie). Uma situação grave que precisa ser contornada rapidamente.

Em algum lugar depois da primeira hora, Mickey 17 nunca se endireita. Nessa parte da trama existe problemas com alguns personagens, principalmente o interpretado por Mark Ruffalo, entregando uma performance exagerada e desequilibrada e Toni Collette muitas vezes irritante no papel. O aspecto caótico desses personagens existem com muitos malabarismos em tópicos de liberdade, política e religião, embora ofereça bastante espetáculo também.

No geral, o roteiro abandona quase completamente os temas mais inebriantes e se torna totalmente simplista e com soluções fáceis ainda que atrativas, é ambicioso, provocativo e estimulante.

Um bom entretenimento. ⭐️⭐️⭐️


👀 Em cartaz nos Cinemas! 🎬



quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025

O MACACO (The Monkey) de "Osgood Perkins"


Cruelmente ácido no humor e absolutamente sangrento nas cenas de terror, o conto de Stephen King diverte no pavor psicológico e muitas vezes doentio.

O novo filme de terror do estúdio independente indie Neon chega aos cinemas brasileiros na quinta-feira (06/03) com sessões antecipadas no Carnaval, o filme é distribuído no Brasil pela Paris Filmes. O Meu Hype assistiu ao filme na Cabine de Imprensa e nossa recepção foi favorável, as decisões aleatórias e malucas da direção no fim das contas compensam nas piadas insanas, na ironia desenfreada e decisões interessantes para fugir do habitual.

Tudo tem início quando os irmãos gêmeos Bill e Hal (Theo James) encontram um misterioso macaco de corda. Após a descoberta, uma série de mortes absurdas destroça a família. Muitos anos depois, o macaco inicia uma nova onda de assassinatos, forçando os irmãos a enfrentar o brinquedo amaldiçoado.

Dentro dessa sinopse relativamente comum de qualquer filme médio de terror, o diferencial desse filme é o interessante diretor "Osgood Perkins"conhecido principalmente pelo sucesso independente "Longless", um dos filmes de terror sensação de 2024. A sua mão pesada traz um reflexo torto nessa história, que por sinal, é um conto do famoso escritor de terror Stephen King, por final, James Wan, famoso pela franquia Invocação do Mal também assina a produção do longa. Resumindo, até quando o filme ameaça derrapar algo segura a onda, seja o humor estranho ou as geniosas mortes causadas pelo macaco.

O filme é o deboche perfeito para o nosso tempo, nos quais nossa perda quase completa de humanidade diante de um ataque implacável de abominações sem consequências é canalizada para um macaco de brinquedo pelo qual dois idiotas lutam pelo direito de assassinar multidões anônimas de estranhos inocentes e satisfazer suas queixas pessoais. Quanto ao porquê de todo mundo morrer e isso ser uma merda, essa resposta o filme entrega claramente.

BOM ⭐️⭐️⭐️

    Onde ver: 👀 Cinema 🎥

                                                                     

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025

O HOMEM CÃO (Dog Man) de "Peter Hastings"

                                      


Uma comédia familiar simples, adoravelmente absurda e sentimental.

Chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (27) a nova animação dos estúdios Dreamworksbaseado na história de Dav Pilkey, também criador das séries “Capitão Cueca” e “Bebê Fraldinha”, o longa animado surge como uma aventura de um herói, leal como um cachorro e forte como um ser humano.

Quando um cão policial fiel e seu dono um policial humano são feridos juntos no trabalho, é necessário uma cirurgia maluca para salvar suas vidas, a união dos dois corpos surgindo assim o Homem Cão.

Após o ocorrido, Homem-Cão faz um  juramento de proteger e servir os cidadãos, sendo a ameaça mais recente as tramas malignas de um super vilão felino, Petey. O plano mais recente dele é clonar a si mesmo, criando o gatinho Lil Petey, para dobrar sua capacidade de fazer coisas criminosas. As coisas se complicam, no entanto, quando Lil Petey cria um vínculo inesperado com o Homem-Cão.

No processo, eles descobrem o poder da família (e dos gatinhos!) para unir até os inimigos mais hostis. O Homem-Cão aprende sobre o mundo humano sem perder sua essência animal. Por isso, ele continua capaz de combater o crime ao mesmo tempo que ama perseguir esquilos. A produção tem uma sinopse um tanto peculiar, mas é uma ótima pedida para a criançada. Homem-Cão é rápido e objetivo, tem uma animação bastante rústica e a partir da transformação do personagem a trama engrena e começa a construir sua narrativa eletrizante. BOM ⭐️⭐️⭐️


                                                                          

terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

UM COMPLETO DESCONHECIDO (A Complete Unknown) de "James Mangold"

                                            


Um retrato de parte da história de um ícone brilhante e misterioso que abre mão da pessoa e se transforma num show "cover" do cantor.

Chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (27) a nova biografia sobre o astro Bob Dylan, um dos longas que, ao lado de Ainda Estou Aqui, concorre ao Oscar de Melhor Filme Internacional. Além disso, ele também é um forte concorrente à estatueta na categoria Melhor Ator, onde Timothée Chlamet concorre ao prêmio por sua atuação acima da média de Bob Dylan.

A cinebiografia retrata o início da carreira do Bob Dylan, passando por momentos fundamentais que mudaram a história da música. Em Nova York, 1961, contra o pano de fundo de uma cena musical vibrante e uma convulsão cultural tumultuada, um enigmático jovem de 19 anos de Minnesota chega com sua guitarra e talento revolucionário, destinado a mudar o curso da música americana. Ele cria relacionamentos íntimos com ícones musicais do momento em sua ascensão meteórica, culminando em uma performance inovadora e controversa que reverbera em todo o mundo.

Como já dizia Todd Haynesque dirigiu o cativante e quase definitivo  "I'm Not There" (Não Estou Lá) de 2007, uma fábula não linear que explora as muitas identidades de Dylan como um ícone cultural por meio de seis atores diferentes, certamente já se sabia um pouco sobre o quão desafiador é definir o músico. “Existem muitos Bob Dylans, sempre há espaço para mais”, disse ele.

Portanto, não é nenhuma surpresa que James Mangold, que nos trouxe o famoso filme biográfico de Johnny Cash de 2005 "Walk the Line" (Jonnhy & June) , estaria interessado em abordar outro aspecto da persona complicada de Bob DylanUm Completo Desconhecido é a visão de Mangold sobre o início de Dylan na década de 1960, que culminou em uma controvérsia mudança musical de instrumentos acústicos para elétricos, é uma história interessante, embora um tanto abafada, desse homem aparentemente desconhecido.

Um dos acertos do filme está na escolha de focar nas pecularidades de Bob Dylan sem se inclinar para sua mente e pensamento. Revive nostalgicamente uma Nova York de vagabundos e boêmios, nos lembrando dos muitos jovens idealistas que se levantaram contra a opressão sistêmica por meio da arte. Os números musicais são cativantes e a performance de Chlamet encanta, seu Dylan é afiado como uma navalha, distante e zeloso, as vezes descontraído e terrivelmente carente como ser humano.

Como um filme biográfico e um olhar para a psique de um sujeito, "Um Completo Desconhecido" deixa muito a desejar, não nos aproximando do "grande" Bob Dylan. Como entretenimento funciona bem celebrando o significado cultural de seu protagonista. BOM ⭐️⭐️⭐️


                                                                          

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025

FLOW 🐱 de "Gints Zilbalodis"

                                       


Muito mais que uma história sobre um gato solitário, uma mensagem sobre união e esperança em meio as adversidades. 

Chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (20) a animação Flow, que, ao lado de Ainda Estou Aqui, concorre ao Oscar de Melhor Filme Internacional. Além disso, ele também é um forte concorrente à estatueta na categoria Melhor Animação

Muito além de uma animação fofa sobre um gato solitário, Flow mostra que pequenos estúdios também podem fazer grandes histórias, mesmo com softwares gratuitos e baixo orçamento. "Flow" virou um fenômeno, é o primeiro longa da Letônia a ser indicado ao Oscar. O filme venceu o Globo de Ouro e o troféu virou patrimônio nacional, sendo exposto no Museu Nacional de Arte da Letônia, o governo local ergueu uma estátua do gatinho em Riga, a capital do país. Além disso, artistas passaram a espalhar a arte pelas ruas com desenhos do personagem. 

Não há voz humana no longa apenas sons de animais proporcionando uma imersão ainda maior a história, sobre um gato que ao ter seu lar é devastado por uma grande inundação encontra refúgio em um barco povoado por várias espécies, e tem que se unir a elas apesar de suas diferenças. Um dos grandes acertos do filme está na escolha de não humanizar os animais protagonistas. Além disso, a animação se esforça para ser fiel ao comportamento real dos animais, como o gato que derruba objetos de propósito quando está irritado. Esses detalhes tornam a experiência mais autêntica e envolvente. 

Flow representa plenamente o fluir, no começo, quando o gato tem muito medo dos outros animais, a água parece muito assustadora e agressiva. Mais tarde, quando o gato e os outros animais aprendem a trabalhar juntos, a água se torna mais tranquila e pacífica, uma simples e bela metáfora sobre a vida e sobre escolher a empatia na luta pela sobrevivência. ÓTIMO ⭐️⭐️⭐️⭐️


                                                   

sexta-feira, 31 de janeiro de 2025

"Hurry Up Tomorrow" de THE WEEKND

                                      



🎧 Faixa a Faixa:

1. Wake Up (ft. Justice) - A faixa que abre o álbum é musicalmente agradável, começa leve e tem uma pegada meio Thriller do Michael Jackson.
2. Cry For Me - Já mostra a influência do funk brasileiro que The Weeknd abraçou e transformou em algo pop.
3. I Can't Fucking Sing - Transição
4. São Paulo (ft. Anitta) - Tem balanço e energia ainda que não seja musicalmente elegante como deveria e sua duração longa.
5. Untill We"re Skin & Bones - Transição
6. Baptized in Fear - O início da parte mais R&B do álbum com transição impecável.
7. Open Hearts - Dançante, o artista entrega sua influência eletrônica.
8- Opening Night - Uma curtinha transição.
9- Reflections Laughing (ft.Florence & The Machine e Travis Scott) - Uma faixa melódica e "teatral" com as as principais características musicais do cantor.
10 - Enjoy The Show (ft. Future) - Uma faixa bem rica de vocal, um hip hop refinado e na medida.
11 - Given Up On Me - O "arroz com feijão" que o cantor sabe entregar bem. A virada não me agrada.
12 - I Can"t Wait To Get There - O cantor explora seu lirismo de forma impecável.
13 - Timeless (ft. Playboy Carti) - Já nasce HIT, a prova que o R&B pode funcionar com roupagem moderna.
14 - Niagara Falls - Uma faixa deliciosamente dançante e melódica na medida certa.
15 - Take Me Back To LA - É uma faixa simples com pegada eletrônica que cresce a cada audição.
16 - Big Sleep (ft. Giorgio Moroder) - Me agrada muito a pegada sombria da melodia.
17 - Give Me Mercy - Não me atraiu como deveria, parece uma música aleatória para preencher o álbum.
18 - Drive - A prova que o cantor sabe equilibrar vocal e efeitos sonoros sem parecer repetitivo.
19 - The Abyss (ft. Lana Del Rey) - O "Dream Pop" na sua melhor forma. Uma das minhas faixas favoritas.
20 - Red Terror - Aquela faixa que conversa muito com os anos 80 e a New Wave.
21 - Without a Warning - Deve ter um dedo de Daft Punk aqui. Gostosinha.
22 - Hurry up Tomorrow - O encerramento só qualifica o cantor como um dos maiores e mais criativos da sua geração, faixa simples e afetuosa.

MUITO BOM 🖤




quarta-feira, 29 de janeiro de 2025

KASA BRANCA de Luciano Vidigal

Um olhar poético sobre a periferia e a quebra de estereótipos masculinos.


Inspirado em uma história real, KASA BRANCA acompanha Dé (Big Jaum), morador da periferia de Chatuba, que passa a viver com sua avó Dona Almerinda (Teca Pereira), diagnosticada com Alzheimer e com pouco tempo de vida. Dé, ao lado de seus dois amigos inseparáveis Adrianim (Diego Francisco) e Martins (Ramon Francisco), tentam aproveitar a convivência com a avó da melhor forma antes que ela perca totalmente sua consciência. Essa amizade entre eles transborda sensibilidade em diversas camadas, seja no drama pessoal de Dé ou na vivência de uma juventude que muitas vezes possuem uma realidade cheia de amarras devido às desigualdades sociais.

Com roteiro e direção de Luciano Vidigal, que já coleciona créditos como diretor de longas como “5x Favela: Agora por Nós Mesmos” e o documentário “Cidade de Deus: 10 Anos Depois”, todos em parceria com outros cineastas. Kasa Branca é sua estreia na direção solo, o filme se constrói com um roteiro que não se apega ao melodrama, a jornada dos rapazes é sensível e honesta, quase uma poesia sobre o sentimento de empatia com a jornada de cada um. Isso ofusca um pouco os coadjuvantes, alguns bem interessantes que poderiam ter mais espaço, mas nada que tire o brilho desses personagens.

O filme acerta ao mostrar que é normal e saudável para os homens expressarem suas emoções. Em um país como o Brasil onde ligamos o noticiário e presenciamos cada vez mais feminicídios, os padrões de masculinidade impedem os homens de expressarem seus sentimentos sem culpa e isso pode representar um gatilho para o retrocesso da aceitação da diversidade e da liberdade de expressão nas suas variadas formas. Kasa Branca causa um impacto emocional agradável e expõe com positividade a busca da construção de uma sociedade mais igualitária e compreensiva. O filme mostra que ser vulnerável não é uma fraqueza, mas sim uma força. Um bom lançamento nacional!


🎞 O filme chega aos cinemas 29/01 em algumas cidades e fará parte do projeto Vitrine Petrobrás.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2024

THE WHITE BUFFALO em Brasília!

Nesta última terça dia 10/12 foi uma noite inesquecível para quem conseguiu assistir ao disputadíssimo show em Brasília da banda The White Buffalo, nome artístico do norte-americano Jake Smith, que é sensação do folk rock mundial com sua voz forte e sentimental. 


Suas músicas ficaram famosas em séries americanas principalmente em Sons of AnarchyDepois de encantar o eixo RJ/SP, o icônico Toinha Brasil Show recebeu com capacidade máxima de público uma noite memorável, os fãs fizeram um show a parte seguindo as canções com muita empolgação e carinho aos artistas. Influenciado por músicos de folk como Bob Dylan e Leonard Cohen, pelo autêntico country de Nashville e impactado também pelo rock americano raiz, The White Buffalo passou pelas mais de duas décadas de carreira.


A turnê é uma realização das produtoras
Powerline Music & Books e Sellout Tours e passa agora em Belo Horizonte/MG hoje (11/12) no BeFly Hall; em Porto Alegre/RS no dia (13/12) no Opinião e em Curitiba no dia 14/12 no (Tork n Roll).


Agradecemos a agência Tedesco pelo convite e ao Toinga Brasil pela realização desse marcante evento! 🤟🏻🤟🏻


                                                            Fotos por Meu Hype 📸 📹

QUEER de Luca Guadagnino

                                        




Novo filme de Luca Guadagnino é um cruzamento de um anti-romance com uma viagem transcendental.

Queer é baseado no romance de William S. Burroughs e traz registros semi-autobiográficos da obra. Qualquer auto-aversão que o autor possa ter tido na realidade é firmemente trazida à vida aqui por Daniel Craig em um papel que é simultaneamente memorável e bobo, o motim principal é a solidão superficial do personagem, aparentemente jogando em estereótipos queer negativos como um meio de preencher um vazio de prazer e conexões humanas equivocadas.

É um exemplo clássico de abraçar o monstro interior que a sociedade já colocou em alguém. Esse livro também foi proibido de ser lançado oficialmente na América até a década de 1980, permanecendo em grande parte inacabado.

O predador sexual queer William Lee, o bêbado e suado de Daniel Craig, passeia pelas ruas da Cidade do México dos anos 1950 enquanto "Come As You Are" do Nirvana toca alto. É como se o diretor Luca Guadagnino estivesse desafiando se os espectadores conseguem ficar perto desse canalha autoproclamado por mais de 2 horas, mas conhecendo o cineasta significa que tal caracterização evoluirá para algo muito mais rico e complexo.

Lee frequenta um estabelecimento local conhecido como Ship Ahoy e também tem um pequeno círculo de amigos gays que inclui personalidades agradavelmente vibrantes, como Jason Schwartzman refletindo divertidamente sobre se apaixonar por pessoas que roubam dele. Sem revelar muito, Lee se envolve com o misterioso Eugene Allerton, um indivíduo confuso e na temperatura morna.

Essa obsessão pelo rapaz deixa Lee cada vez mais vulnerável e apegado. Assim uma jornada entre os dois se formam nos capítulos seguintes do filme. Não fica necessariamente claro a conexão dos dois, mas há a sensação de que é mais do que luxúria. Lee também fica gravemente doente devido ao uso irresponsável de drogas e transforma o fim dessa jornada em uma viagem muito mais interessante do que o romance em si. Muito bom!



👀 O filme chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira, 12 de dezembro. 🎬

sábado, 7 de dezembro de 2024

SALOMÉ (2024) de Andre Antônio

 

Segundo longa do pernambucano André Antônio, SALOMÉ fez sua estreia nacional na mostra competitiva do 57º Festival de Brasília. 

O filme é protagonizado por pessoas Trans e traz a mítica personagem Salomé para a cidade de Recife. A jornada de Cecília (Aura do Nascimento) é o conflito entre alguém cosmopolita e descolada com o universo suburbano e provinciano da sua família - conflito sem dúvida compartilhado por muitas existências queer e algo que permeia o filme através de situações e sensações.

Na trama, Cecília, uma jovem modelo de sucesso, retorna a Recife, sua cidade-natal, para passar o natal com a mãe. Certa noite, um vizinho que ela não vê há muito tempo, João, lhe mostra um misterioso frasco contendo uma substância verde tóxica. Cecília começa a se apaixonar por João, mas também descobre que ele está envolvido com uma estranha seita ao redor da figura de Salomé, a sanguinária princesa bíblica. 

A figura de Salomé - a princesa bíblica responsável pela decapitação de Iokanaan (o nome hebraico para João Batista) - foi frequentemente elevada, ao longo da história da arte, da literatura, do teatro e do cinema, ao status de imagem emblemática de um erotismo queer transgressor. André Antônio, que também assina o roteiro de Salomé, teve um desafio interessante de transpor essa mítica personagem para um cenário bem específico: Recife. O resultado é uma catarse de sentimentos e reações.

O elenco ainda conta com Renata Carvalho, um dos nomes fundamentais no debate e na luta das travestis brasileiras e, também, uma diva do teatro e do cinema brasileiro; e Everaldo Pontes, lenda viva do cinema brasileiro. Além desses nomes, há vários outros rostos, no longa, de uma comunidade sexo-dissidente que existe, que está aqui retratando a cena underground da sua época. 

Sem dúvidas Salomé é uma experiência cinematográfica moderna e transgressora com pitadas de melodrama.

O filme tem produção de Dora Amorim, Júlia Machado, Thaís Vidal, as três da Ponte Produtoras e, também, do coletivo Surto & Deslumbramento

O lançamento em cinemas será realizado pela Vitrine Filmes em 2025. 





terça-feira, 3 de dezembro de 2024

The White Buffalo chegando no Brasil!

 

Com sua voz forte e sentimental, o músico norte-americano The White Buffalo desembarca neste fim de semana para a inédita e tão aguardada primeira turnê brasileira, com seis shows. Influenciado por músicos de folk como Bob Dylan e Leonard Cohen, pelo autêntico country de Nashville e impactado também pelo rock e americana, The White Buffalo promete shows com mais de 20 músicas que passa pelas mais de duas décadas de carreira.

A turnê é uma realização das produtoras Powerline Music & Books e Sellout Tours.

A turnê já é sucesso! Horas após o anúncio, no mês de maio, todos os ingressos de diversas datas se esgotaram em menos de 24h, o que forçou a mudança de local para acomodar mais fãs e marcar um show extra.

The White Buffalo passa por São Paulo/SP no dia 6/12 no Terra SP; no Rio de Janeiro/RJ dia 7/12 no Sacadura 154; em Brasília/DF dia 10/12 no Toinha; em Belo Horizonte/MG no dia 11/12 no BeFly Hall; em Porto Alegre/RS no dia 13/12 no Opinião e em Curitiba no dia 14/12 no Tork n Roll.

Carreira meteórica

As canções de Jack Smith, o cantor, compositor do The White Buffalo, com seu vozeirão grave, ora rouca, ora melódica, já serviram de trilha sonora de diversas séries americanas, como Sons of Anarchy, Californication, The Punisher, Longmire, This Is Us, como bem como o filme de surf Shelter de 2001.

Smith era um garçom de São Francisco que tocava seu violão algumas vezes por ano. Quando lhe pediram em 2002 para permitir uma música no filme Shelter, do surfista Chris Malloy, ele largou o emprego e se mudou para Orange County. Desde então, viaja e compõe incansavelmente.

Year of the Dark Horse

O mais recente trabalho do The White Buffalo é Year of the Dark Horse, de 2022, um registro ousado e forte na sua discografia de 22 anos.

“Com este álbum, eu queria algo fora do que já fiz. Eu queria me abrir. É difícil colocá-lo em um gênero singular. Há elementos e influências de Daniel Lanois, Tom Waits, The Boss, circo, música pirata, iate rock, e estou empurrando tudo isso de uma maneira que nunca fiz. Antes", disse Smith à época do lançamento do disco.

O baixista/tecladista/guitarrista Christopher Hoffee e o baterista Matt Lynott são os músicos que acompanham Smith.

Para que ‘Year Of The Dark Horse’ alcançasse todo o seu potencial, Jake sabia que a experiência tinha que ser envolvente, e é por isso que a locação em Nashville se mostrou crucial. Não apenas os três músicos estavam longe das atrações de casa, mas a casa onde todos ficaram ficava a apenas um quarteirão do estúdio e estava repleta de uma variedade de instrumentos. Onde quer que estivessem, eles poderiam aprimorar o projeto, e algumas das músicas surgiram enquanto o tempo passava.

Importante: os ingressos comprados para os shows nas casas anteriores valem para os novos locais anunciados.

SERVIÇO


The White Buffalo em São Paulo

Data: 6 de dezembro

Horário: 19h (abertura da casa)

Local: Terra SP
Endereço: Av. Salim Antônio Curiati, 160 - Campo Grande, São Paulo/SP

Ingresso:https://www.clubedoingresso.com/evento/thewhitebuffalo-saopaulo

Valor:
Lote Extra: Camarote - Inteira: R$ 1.000,00


The White Buffalo no Rio de Janeiro

Data: 7 de dezembro

Horário: 19h (abertura da casa)

Local: Sacadura 154

Endereço: R. Sacadura Cabral, 154 - Saúde, Rio de Janeiro

Ingresso:https://www.clubedoingresso.com/evento/thewhitebuffalo-riodejaneiro

Valor:
2º lote - 190,00meia / R$ 380,00 inteira


The White Buffalo em Brasília - SOLD OUT

Data: 10 de dezembro

Horário: 19h (abertura da casa)

Local: Toinha
Endereço: SOF Q 9 lote 05/07 Conjunto B - Guará, Brasília - DF


The White Buffalo em Belo Horizonte
Data: 11 de dezembro

Horário: 19h (abertura da casa)

Local: Befly Hall
Endereço: Avenida Nossa Sra. do Carmo, 230 - Savassi, Belo Horizonte/MG

Ingresso:https://www.clubedoingresso.com/evento/thewhitebuffalo-belohorizonte

5º lote - R$250,00 meia / R$400,00 inteira
Arquibancada

2º lote - 170,00 / R$ 340,00 inteira


The White Buffalo em Porto Alegre

Data: 13 de dezembro

Horário: 19h30 (abertura da casa)

Local: Opinião

Endereço: Rua José do Patrocínio, 834 - Cidade Baixa, Porto Alegre/RS

Ingresso:https://bileto.sympla.com.br/event/94459

Valor:
2º lote - R$230,00 meia / R$460,00 inteira


The White Buffalo em Curitiba - SOLD OUT

Data: 14 de dezembro

Horário: 20h (abertura da casa)

Local: Tork n Roll

Endereço: Avenida Mal. Floriano Peixoto, 1695 - Rebouças, Curitiba/PR


Turnê completa

06/12 São Paulo, BR @ Terra SP
07/12 Rio de Janeiro BR @ Sacadura 154
10/12 Brasília, BR @ Toinha
11/12 Belo Horizonte, BR @ BeFly Hall
13/12 Porto Alegre, BR @ Opinião
14/12 Curitiba, BR @ Tork n Roll
18/12 Santiago, CL @ Sala Metronomo
20/12 Guadalajara, MX @ C3 Stage
21/12 Mexico City, MX @ Indie Rocks