Bong Joon-ho, um dos melhores cineastas dessa geração está de volta em uma aventura de ficção científica irônica, que beira o genial mas esbarra em inconsistências, fugindo das questões que abrange.
Mickey 17, embora seja um conto de gênero pesado em sátira, não é tão afiado quanto se poderia esperar de um diretor que já entregou filmes geniais como O Hospedeiro (2006) e Parasita (2019). Em uma história que lida com identidade, consciência e o que significa ser humano, esse terreno fértil para uma exploração elevada e instigante se esvazia em meio a uma trama nonsense. Não que seja um grande problema, tudo vai ganhando forma durante o filme mas compromete o resultado final que foge do minimalismo elegante das obras de Bong.
O espetáculo visual da ficção científica é gratificante e coroado com uma atuação muito boa de Robert Pattinson, que interpreta Mickey Barnes, um perdedor que aceita um emprego mal pago em uma missão de colônia interplanetária. Ele é um "dispensável", regularmente jogado em situações perigosas sem se preocupar com seu bem-estar. Cada vez que ele morre, um corpo novo é impresso e infundido com uma gravação de suas memórias. Quando em uma missão ele de forma improvável sobrevive e retorna para sua nave de colônia, ele descobre que já foi substituído: uma duplicata recém-impressa está morando em seus aposentos e dormindo com sua namorada Nasha (Naomi Ackie). Uma situação grave que precisa ser contornada rapidamente.
Em algum lugar depois da primeira hora, Mickey 17 nunca se endireita. Nessa parte da trama existe problemas com alguns personagens, principalmente o interpretado por Mark Ruffalo, entregando uma performance exagerada e desequilibrada e Toni Collette muitas vezes irritante no papel. O aspecto caótico desses personagens existem com muitos malabarismos em tópicos de liberdade, política e religião, embora ofereça bastante espetáculo também.
No geral, o roteiro abandona quase completamente os temas mais inebriantes e se torna totalmente simplista e com soluções fáceis ainda que atrativas, é ambicioso, provocativo e estimulante.
Um bom entretenimento. ⭐️⭐️⭐️
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