quarta-feira, 11 de dezembro de 2024

THE WHITE BUFFALO em Brasília!

Nesta última terça dia 10/12 foi uma noite inesquecível para quem conseguiu assistir ao disputadíssimo show em Brasília da banda The White Buffalo, nome artístico do norte-americano Jake Smith, que é sensação do folk rock mundial com sua voz forte e sentimental. 


Suas músicas ficaram famosas em séries americanas principalmente em Sons of AnarchyDepois de encantar o eixo RJ/SP, o icônico Toinha Brasil Show recebeu com capacidade máxima de público uma noite memorável, os fãs fizeram um show a parte seguindo as canções com muita empolgação e carinho aos artistas. Influenciado por músicos de folk como Bob Dylan e Leonard Cohen, pelo autêntico country de Nashville e impactado também pelo rock americano raiz, The White Buffalo passou pelas mais de duas décadas de carreira.


A turnê é uma realização das produtoras
Powerline Music & Books e Sellout Tours e passa agora em Belo Horizonte/MG hoje (11/12) no BeFly Hall; em Porto Alegre/RS no dia (13/12) no Opinião e em Curitiba no dia 14/12 no (Tork n Roll).


Agradecemos a agência Tedesco pelo convite e ao Toinga Brasil pela realização desse marcante evento! 🤟🏻🤟🏻


                                                            Fotos por Meu Hype 📸 📹

QUEER de Luca Guadagnino

                                        




Novo filme de Luca Guadagnino é um cruzamento de um anti-romance com uma viagem transcendental.

Queer é baseado no romance de William S. Burroughs e traz registros semi-autobiográficos da obra. Qualquer auto-aversão que o autor possa ter tido na realidade é firmemente trazida à vida aqui por Daniel Craig em um papel que é simultaneamente memorável e bobo, o motim principal é a solidão superficial do personagem, aparentemente jogando em estereótipos queer negativos como um meio de preencher um vazio de prazer e conexões humanas equivocadas.

É um exemplo clássico de abraçar o monstro interior que a sociedade já colocou em alguém. Esse livro também foi proibido de ser lançado oficialmente na América até a década de 1980, permanecendo em grande parte inacabado.

O predador sexual queer William Lee, o bêbado e suado de Daniel Craig, passeia pelas ruas da Cidade do México dos anos 1950 enquanto "Come As You Are" do Nirvana toca alto. É como se o diretor Luca Guadagnino estivesse desafiando se os espectadores conseguem ficar perto desse canalha autoproclamado por mais de 2 horas, mas conhecendo o cineasta significa que tal caracterização evoluirá para algo muito mais rico e complexo.

Lee frequenta um estabelecimento local conhecido como Ship Ahoy e também tem um pequeno círculo de amigos gays que inclui personalidades agradavelmente vibrantes, como Jason Schwartzman refletindo divertidamente sobre se apaixonar por pessoas que roubam dele. Sem revelar muito, Lee se envolve com o misterioso Eugene Allerton, um indivíduo confuso e na temperatura morna.

Essa obsessão pelo rapaz deixa Lee cada vez mais vulnerável e apegado. Assim uma jornada entre os dois se formam nos capítulos seguintes do filme. Não fica necessariamente claro a conexão dos dois, mas há a sensação de que é mais do que luxúria. Lee também fica gravemente doente devido ao uso irresponsável de drogas e transforma o fim dessa jornada em uma viagem muito mais interessante do que o romance em si. Muito bom!



👀 O filme chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira, 12 de dezembro. 🎬

sábado, 7 de dezembro de 2024

SALOMÉ (2024) de Andre Antônio

 

Segundo longa do pernambucano André Antônio, SALOMÉ fez sua estreia nacional na mostra competitiva do 57º Festival de Brasília. 

O filme é protagonizado por pessoas Trans e traz a mítica personagem Salomé para a cidade de Recife. A jornada de Cecília (Aura do Nascimento) é o conflito entre alguém cosmopolita e descolada com o universo suburbano e provinciano da sua família - conflito sem dúvida compartilhado por muitas existências queer e algo que permeia o filme através de situações e sensações.

Na trama, Cecília, uma jovem modelo de sucesso, retorna a Recife, sua cidade-natal, para passar o natal com a mãe. Certa noite, um vizinho que ela não vê há muito tempo, João, lhe mostra um misterioso frasco contendo uma substância verde tóxica. Cecília começa a se apaixonar por João, mas também descobre que ele está envolvido com uma estranha seita ao redor da figura de Salomé, a sanguinária princesa bíblica. 

A figura de Salomé - a princesa bíblica responsável pela decapitação de Iokanaan (o nome hebraico para João Batista) - foi frequentemente elevada, ao longo da história da arte, da literatura, do teatro e do cinema, ao status de imagem emblemática de um erotismo queer transgressor. André Antônio, que também assina o roteiro de Salomé, teve um desafio interessante de transpor essa mítica personagem para um cenário bem específico: Recife. O resultado é uma catarse de sentimentos e reações.

O elenco ainda conta com Renata Carvalho, um dos nomes fundamentais no debate e na luta das travestis brasileiras e, também, uma diva do teatro e do cinema brasileiro; e Everaldo Pontes, lenda viva do cinema brasileiro. Além desses nomes, há vários outros rostos, no longa, de uma comunidade sexo-dissidente que existe, que está aqui retratando a cena underground da sua época. 

Sem dúvidas Salomé é uma experiência cinematográfica moderna e transgressora com pitadas de melodrama.

O filme tem produção de Dora Amorim, Júlia Machado, Thaís Vidal, as três da Ponte Produtoras e, também, do coletivo Surto & Deslumbramento

O lançamento em cinemas será realizado pela Vitrine Filmes em 2025. 





terça-feira, 3 de dezembro de 2024

The White Buffalo chegando no Brasil!

 

Com sua voz forte e sentimental, o músico norte-americano The White Buffalo desembarca neste fim de semana para a inédita e tão aguardada primeira turnê brasileira, com seis shows. Influenciado por músicos de folk como Bob Dylan e Leonard Cohen, pelo autêntico country de Nashville e impactado também pelo rock e americana, The White Buffalo promete shows com mais de 20 músicas que passa pelas mais de duas décadas de carreira.

A turnê é uma realização das produtoras Powerline Music & Books e Sellout Tours.

A turnê já é sucesso! Horas após o anúncio, no mês de maio, todos os ingressos de diversas datas se esgotaram em menos de 24h, o que forçou a mudança de local para acomodar mais fãs e marcar um show extra.

The White Buffalo passa por São Paulo/SP no dia 6/12 no Terra SP; no Rio de Janeiro/RJ dia 7/12 no Sacadura 154; em Brasília/DF dia 10/12 no Toinha; em Belo Horizonte/MG no dia 11/12 no BeFly Hall; em Porto Alegre/RS no dia 13/12 no Opinião e em Curitiba no dia 14/12 no Tork n Roll.

Carreira meteórica

As canções de Jack Smith, o cantor, compositor do The White Buffalo, com seu vozeirão grave, ora rouca, ora melódica, já serviram de trilha sonora de diversas séries americanas, como Sons of Anarchy, Californication, The Punisher, Longmire, This Is Us, como bem como o filme de surf Shelter de 2001.

Smith era um garçom de São Francisco que tocava seu violão algumas vezes por ano. Quando lhe pediram em 2002 para permitir uma música no filme Shelter, do surfista Chris Malloy, ele largou o emprego e se mudou para Orange County. Desde então, viaja e compõe incansavelmente.

Year of the Dark Horse

O mais recente trabalho do The White Buffalo é Year of the Dark Horse, de 2022, um registro ousado e forte na sua discografia de 22 anos.

“Com este álbum, eu queria algo fora do que já fiz. Eu queria me abrir. É difícil colocá-lo em um gênero singular. Há elementos e influências de Daniel Lanois, Tom Waits, The Boss, circo, música pirata, iate rock, e estou empurrando tudo isso de uma maneira que nunca fiz. Antes", disse Smith à época do lançamento do disco.

O baixista/tecladista/guitarrista Christopher Hoffee e o baterista Matt Lynott são os músicos que acompanham Smith.

Para que ‘Year Of The Dark Horse’ alcançasse todo o seu potencial, Jake sabia que a experiência tinha que ser envolvente, e é por isso que a locação em Nashville se mostrou crucial. Não apenas os três músicos estavam longe das atrações de casa, mas a casa onde todos ficaram ficava a apenas um quarteirão do estúdio e estava repleta de uma variedade de instrumentos. Onde quer que estivessem, eles poderiam aprimorar o projeto, e algumas das músicas surgiram enquanto o tempo passava.

Importante: os ingressos comprados para os shows nas casas anteriores valem para os novos locais anunciados.

SERVIÇO


The White Buffalo em São Paulo

Data: 6 de dezembro

Horário: 19h (abertura da casa)

Local: Terra SP
Endereço: Av. Salim Antônio Curiati, 160 - Campo Grande, São Paulo/SP

Ingresso:https://www.clubedoingresso.com/evento/thewhitebuffalo-saopaulo

Valor:
Lote Extra: Camarote - Inteira: R$ 1.000,00


The White Buffalo no Rio de Janeiro

Data: 7 de dezembro

Horário: 19h (abertura da casa)

Local: Sacadura 154

Endereço: R. Sacadura Cabral, 154 - Saúde, Rio de Janeiro

Ingresso:https://www.clubedoingresso.com/evento/thewhitebuffalo-riodejaneiro

Valor:
2º lote - 190,00meia / R$ 380,00 inteira


The White Buffalo em Brasília - SOLD OUT

Data: 10 de dezembro

Horário: 19h (abertura da casa)

Local: Toinha
Endereço: SOF Q 9 lote 05/07 Conjunto B - Guará, Brasília - DF


The White Buffalo em Belo Horizonte
Data: 11 de dezembro

Horário: 19h (abertura da casa)

Local: Befly Hall
Endereço: Avenida Nossa Sra. do Carmo, 230 - Savassi, Belo Horizonte/MG

Ingresso:https://www.clubedoingresso.com/evento/thewhitebuffalo-belohorizonte

5º lote - R$250,00 meia / R$400,00 inteira
Arquibancada

2º lote - 170,00 / R$ 340,00 inteira


The White Buffalo em Porto Alegre

Data: 13 de dezembro

Horário: 19h30 (abertura da casa)

Local: Opinião

Endereço: Rua José do Patrocínio, 834 - Cidade Baixa, Porto Alegre/RS

Ingresso:https://bileto.sympla.com.br/event/94459

Valor:
2º lote - R$230,00 meia / R$460,00 inteira


The White Buffalo em Curitiba - SOLD OUT

Data: 14 de dezembro

Horário: 20h (abertura da casa)

Local: Tork n Roll

Endereço: Avenida Mal. Floriano Peixoto, 1695 - Rebouças, Curitiba/PR


Turnê completa

06/12 São Paulo, BR @ Terra SP
07/12 Rio de Janeiro BR @ Sacadura 154
10/12 Brasília, BR @ Toinha
11/12 Belo Horizonte, BR @ BeFly Hall
13/12 Porto Alegre, BR @ Opinião
14/12 Curitiba, BR @ Tork n Roll
18/12 Santiago, CL @ Sala Metronomo
20/12 Guadalajara, MX @ C3 Stage
21/12 Mexico City, MX @ Indie Rocks




sábado, 9 de novembro de 2024

"AINDA ESTOU AQUI" (I'm Still Here, 2024) de Walter Salles.

 


    A história da família Paiva ganha vida no comovente drama político de Walter Salles, que foca na dor emocional e no trauma que a Ditadura Militar Brasileira infligiu a esta família, e a milhares de outras. O que você faz quando sua vida inteira muda em um dia? Quando o lar seguro e amoroso que você construiu desmorona porque uma ditadura militar decide tirar tudo? Eunice paiva, esposa do ex-deputado do Partido Trabalhista Brasileiro Rubens Paiva, fez do trabalho de sua vida fazer justiça para sua família e seu marido, que foi preso e nunca mais visto ou ouvido em 1971.
  
   A história desta família e do devastador crime sancionado pelo estado que foi infligido a eles, é a história de uma adorável casa. É um lugar aberto ao mundo, aos convidados, amigos, pebolim e conversas sobre política, música e arte, que gradualmente fica em silêncio, escura e com medo, esvaziada de companhia e, finalmente, da própria família. Ainda Estou Aqui é uma história sobre força e resiliência – adaptada do livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva – ancorada por uma atuação arrebatadora de Fernanda Torres, que ajuda a revigorar o filme quando ele é mais necessário. 

   O filme é um drama comovente que lança luz sobre um capítulo horrível da história do Brasil. Quer alguém tenha ou não conexões com esse período terrível, os espectadores gravitarão em torno da história dessa família corajosa e, em particular, sentirão os pontos fortes de Eunice, tudo graças ao trabalho de Torres. Esta é apenas uma história de inúmeras existentem por todo o Brasil e outros países da América do Sul. 

  O epílogo de 2014 nos permite um vislumbre da estrela de Central do Brasil e mãe de Torres, Fernanda Montenegro, em um breve papel como a Eunice mais velha. O final otimista transforma o filme em um conto de advertência, dirigido àquelas forças de repressão e ao governo ditado pelo medo. Eles serão rejeitados pela história, enquanto aqueles que resistirem terão belas histórias escritas sobre eles, feitos em sua homenagem. 

 ⭐️⭐️⭐️⭐️⭐️ Absolute cinema! 👏👏



👀 Em cartaz nos cinemas brasileiros! 🇧🇷


quarta-feira, 28 de agosto de 2024

LONGLEGS - VINCULO MORTAL (2024) de "Osgood Perkins"



O satânico e assustador Longlegs - Vínculo Mortal tem estética grunge dos anos 90 e alguns dos momentos cinematográficos mais tenebrosos do ano!

      Escrito e dirigido por Osgood PerkinsLonglegs conta a história de uma jovem agente do FBI chamada Lee Harker, que parece ter um talento psíquico especial para sentir assassinos e forças das trevas. Ela é designada para um caso envolvendo uma série de assassinatos no Oregon. Cada caso envolve um pai matando sua família e a si mesmo, deixando para trás uma carta com codificação satânica assinada "Longlegs". A partir daí, os espectadores são levados em uma jornada de Lee tentando descobrir quem é o misterioso Longlegs e sua conexão com os assassinatos.

     O filme se assemelha a clássicos como  O Silêncio dos Inocentes (1991) e Se7en - Os Sete Crimes Capitais (1995) ainda que sejam obras incomparáveis ao gênero. O elenco tem como destaque Nicolas Cage que faz uma performance memorável e assustadora de Longlegs. Blair Underwood, como o Agente William J. Carter e Maika Monroe como Lee têm uma química fácil que faz com que os momentos em que discutem os casos pareçam fundamentados. O que sobra é uma cinematografia quase impecável.

    Na verdade, o cuidado visual e sensorial que faz de 'Longlegs' uma obra inusitada, pois desde o primeiro momento se cria uma atmosfera rarefeita que continua a crescer à medida que os minutos passam, desde o primeiro momento há um ar de desconforto, de que algo não está indo bem e vai piorar ainda mais. Os pequenos detalhes com os quais Perkins perfura o subconsciente do espectador sem que o mesmo necessariamente saiba como ele está fazendo.

    Todos os anos surgem vários títulos que são vendidos como o novo fenômeno do cinema de terror. Alguns acabam correspondendo às expectativas que geram antes de chegar aos cinemas, enquanto outros acabam perdendo o fôlego e são deixados de lado pelo restante do público. 'Longlegs' pertence ao primeiro grupo, sua tensão inicial enfatiza mais uma vez a importância da atmosfera sobre a história e a recompensa é diabolicamente imperdível!

Hype: ⭐️⭐️⭐️⭐️ ÓTIMO 






quinta-feira, 4 de julho de 2024

ENTREVISTA COM O DEMÔNIO (2024) de "Colin Cairnes" e "Cameron Cairnes"


Uma combinação interessante de documentário e filme, o gênero do terror "found footage" ganha um exemplar que desafia as convenções com uma boa camada de originalidade e elementos de reflexão sobre a comunicação social e o sensacionalismo, uma experiência assustadora.


Dirigido e escrito pelos irmãos Colin e Cameron Cairnes, a premissa até pode não ser inovadora mas a atmosfera criada pelos diretores se torna bastante instigante analisando o cenário da época retratada, os personagens bem elaborados e o clima caótico de um programa televisivo.


O flerte com o psicológico do espectador é aguçado quando o espetáculo apresentado diante das câmeras é misterioso e tenso, as dúvidas acabam sendo o triunfo apresentado, quem já acompanhou esse tipo de programa na tv sabe dos imprevistos e também que existem bastidores recheados de interesses sórdidos que podem surgir em busca do sucesso e da audiência.


O filme me conquistou principalmente pela a atmosfera, o terror apresentado se torna bastante intimista e em alguns momentos gráficos, toda concepção do fime me deixou bastante próximo da história, como se realmente eu estivesse assistindo ao programa de Jack Delroy (David Dastmalchian) e chocado com os acontecimentos.  


⭐️⭐️⭐️ Gostei


Em cartaz nos cinemas! 👀🎥

quarta-feira, 3 de julho de 2024

MAXXXINE (2024) de Ti West


Mia Goth entrega talento e estilo como a personagem-título em MaXXXine, terceira parte da trilogia de terror de sucesso da A24. O slasher é uma boa homenagem ao terror dos anos 80 e debocha livremente de Hollywood com momentos icônicos.


Seguindo os passos de X (2022) e do intenso Pearl (2023), terror e sangue não faltam, o filme faz interessantes referências para clássicos do gênero, de Alfred Hitchcock ao cinema Giallo. É possível notar também uma certa referência ao gênero de terror SNUFF, que durante um período foi uma lenda urbana nas video-locadoras de fitas VHS onde nesses possíveis filmes se mostravam cenas reais de mortes ou assassinatos de uma ou mais pessoas, sem o auxilio ou o uso de quaisquer efeitos especiais, para o propósito de distribuição e entretenimento.


O filme se passa em 1985, mas West se inspira em todo o século XX, seja seu personagem detetive particular no estilo Chinatown, o enquadramento ao estilo do clássico Goodfellas no primeiro ato, ou mesmo a protagonista homônima usando maquiagem tirada diretamente de Blade Runner durante uma cena de clube. Há uma paixão expressa pelo meio onde cada sequência combina maravilhosamente com o design de produção de época, figurinos, maquiagem e muito mais que transportam o público de volta a um tempo anterior à revolução digital da indústria. É uma experiência que encanta e empolga quem ama cinema.


MaXXXine é um filme feito com um amor tremendo e palpável ao gênero e isso ajuda a compensar parte da falta na narrativa e uma edição que pode ser lenta em alguns momentos. A personagem Maxine Minx tem sua grande chance quando a diretora Elizabeth Bender (Elizabeth Debicki, perfeita!) a escala como a protagonista do terror, The Puritan II. Ela se vê assombrada por seus demônios e também por um Serial killer. Toda essa jornada lembra muito outras obras, como o terceiro filme da franquia Pânico, nada que atrapalhe. 


MaXXXine é coerente com a trilogia que pertence, ainda que abaixo dos anteriores, mas certamente é o meu favorito pelo amor que entrega ao cinema de terror.



⭐️⭐️⭐️ Gostei 

👀 Assista nos CINEMAS 🎥🎞

terça-feira, 18 de junho de 2024

DIVERTIDA MENTE 2 (2024) - "Inside Out" de Kelsey Mann


Uma continuação tão preciosa quanto seu antecessor, onde sua representação emocional da mente humana encanta e diverte com reflexão. 

    A tão esperada sequência de Divertida-Mente começa na vida de Riley quando ela completa 13 anos. Nós nos familiarizamos novamente com as emoções dentro de sua cabeça, Tristeza (Katiusca), Medo (Otaviano Costa), Raiva (Léo Jaime), Nojo (Dani Calabresa) e liderados por ninguém menos que Alegria (Miá Mello). As coisas parecem bastante normais no controle central, já que Alegria coloca quaisquer coisas desagradáveis, também conhecidas como lembranças ruins, bem longe da mente de Riley, onde ela não precisa se preocupar com elas.

   Riley está aprimorando suas habilidades no hóquei com a ajuda das melhores amigas Grace e Bree enquanto elas têm a oportunidade de ir a um acampamento de hóquei com as meninas do ensino médio capitaneadas por Val, uma possibilidadede de conexão com esse novo mundo. Na noite anterior à grande viagem para o acampamento de fim de semana, um alarme toca no controle central de Riley avisando sobre a chegada da PUBERDADE!

   Chega a equipe de demolição enquanto um novo grupo de emoções assume o painel de controle: Inveja (Gaby Milani), Tédio (Eli Ferreira), Vergonha (Fernando Mendonça), e no comando está Ansiedade (Tatá Werneck) que disputa a posição de liderança com Alegria. A Ansiedade toma conta do controle na tentativa de criar uma Riley muito diferente e mais complexa, o desafio agora é contornar a mente de uma adolescente; um lugar assustador. 

    Com imagens e representações vívidas, Riley passa por momentos estranhos e embaraçosos enquanto questiona sua identidade na tentativa de ser aceita neste novo grupo. Compreendemos suas memórias passadas e como elas impactaram seu senso de identidade, bem como essas emoções novas ainda a serem controladas e que às vezes a dominam. 

    Sobre o filme, a animação que demorou quase 5 anos para ficar pronta é visualmente atrativa, a história complementa perfeitamente o crescimento da personagem Riley e seu trabalho de dublagem está impecável com destaque a bela interpretação de Tatá Werneck como a Ansiedade. Tal como acontece com muitos filmes da Pixar/DisneyDivertida-Mente 2 é destinado a todos os públicos. Enquanto observava as mudanças em Riley, lembrei-me de meus próprios anos desconfortáveis. E, para ser honesto, muito do que acontece neste filme também nos atinge como adultos. Todos nós nos preocupamos com a forma como somos vistos e permitimos que os sentimentos nos afetem ou até mesmo assumam o controle.


ÓTIMO ⭐️⭐️⭐️⭐️⭐️

👀 CINEMA (estreia 20/06)


 

terça-feira, 11 de junho de 2024

13 SENTIMENTOS (2024) - "Perfect Endings" de "Daniel Ribeiro"



     Aproveitando o "Dia dos Namorados" e o "Mês do Orgulho" chega aos cinemas este filme que pode ser visto como uma oportunidade do público LGBTQIAPN+ de acompanhar uma comédia com ares de "sitcom" sobre os encontros e desencontros de um personagem após um rompimento amoroso.

 Há dez anos, o roteirista e diretor brasileiro Daniel Ribeiro trouxe o inesquecível "Hoje Eu Quero Voltar Sozinho" (The Way He Looks) . Esse filme capturou lindamente os sentimentos sutis dos adolescentes retratados no filme e se tornou sucesso mundial.  Como se fosse uma espécie de continuação, o personagem central de 13 sentimentos, o cineasta João (Artur Volpi) está na casa dos 30 anos, com um rompimento recente e sem saber como lidar com os tempos atuais. Sua carreira cinematográfica está estagnada e seus encontros o decepcionam, principalmente quando ele não consegue parar de compará-los com o ex- namorado Hugo, até ele se conectar com as novas formas de relacionamentos.

  Embora tenha esse título, João parece demonstrar pouco sentimento e essa frieza conversa bastante com a modernidade onde novas atitudes sentimentais e outras maneiras de relacionamentos são praticados e foram adicionadas no filme quase como um relato do que acontece atualmente. O nome internacional do filme "Perfect Endings" combina muito mais com a história do personagem em buscar o final perfeito do roteiro de sua vida.

  Como se estivesse constantemente reescrevendo seus roteiros, João conhece vários rapazes e explora diferentes cenários de sua vida amorosa. No final, ele consegue sair do mundo ficcional do roteiro de seu filme e conviver, feliz, com a realidade. 13 Sentimentos tem o objetivo de agradar o público mais do que qualquer outra coisa.

  Todos os personagens do filme são gentis, agradáveis, compreensivos, atenciosos e com a terapia em dias.  Rodeado de pessoas assim, como é possível que João não consiga encontrar um final perfeito? Em nenhum momento o filme trata assuntos delicados da comunidade ou mesmo a vivência de outras pessoas da sigla LGBTQIAPN+. Isso torna o filme bastante plástico e focado na masculinidade padrão gay. Em tempos atuais de obras-primas como Close (2022) e Monster (2023) pode ser difícil a conexão com o inofensivo filme brasileiro mas a experiência é no mínimo um passatempo agridoce, quase como a sensação de ver um "biscoito" nas redes sociais, um típico filme "sessão da tarde".


  
 ⭐️⭐️ REGULAR

O filme estreia nesta Quinta-feira (13) nos Cinemas. 

quarta-feira, 24 de abril de 2024

RIVAIS (2024) - “Challengers” de "Luca Guadagnino"


 Um jogo de sedução e articulação.


Rivais “Challengers” é uma partida de tênis elegante e sexy na mesma medida que envolve o espectador com subtextos carregados por performances fortes de seu trio central. Os personagens sofrem oscilações de suas jornadas emocionais enquanto os observamos crescer juntos e separados. Há uma sensação palpável de desejo, luxúria, inveja, raiva e pena em cada um deles, criando uma interação fascinante e uma tensão digna de final de campeonato.

Tashi (Zendaya) é uma tenista que virou treinadora e transformou seu marido de um jogador medíocre em um campeão mundialmente famoso. Para tirá-lo de sua recente série de derrotas, ela o faz jogar um evento desafiador com nível inferior ao torneio profissional. A tensão logo aumenta quando entre seus concorrentes do outro lado da rede está Patrick, seu ex-melhor amigo e ex-namorado de Tashi. A história se desenrola em uma série de flashbacks emoldurados por uma luta pelo campeonato entre Patrick Zweig (Josh O'Connor) e Art Donaldson (Mike Faist).

O diretor Luca Guadagnino (Me Chame pelo Seu Nome e Suspiria) entrega novamente um cinema vibrante e de qualidade envolto a uma atmosfera clichê de hollywood, o romance esportivo. O tema já teve milhares de filmes e ainda assim Rivais se destaca e apresenta certa profundidade na entrega. Guadagnino enfatiza seu "bromance" homoerótico com um psicológico triângulo amoroso central com sinais de defeito.

Os espectadores não precisam saber muito sobre tênis para apreciar as cenas esportivas muito bem filmadas e divertidas, grande parte do filme é ambientada na batida techno de Trent Reznor e Atticus Ross, o que aumenta a energia em acompanhar a partida decisiva. Ainda que os acontecimentos dramáticos tragam poucas surpresas, Rivais é bastante convincente, mas tal como os seus dois atraentes protagonistas masculinos, não consegue atingir o seu potencial por completo. 

O cinema pop americano demonstra interesse em contar histórias com mais diversidade ainda rodeado de caretice, talvez até do seu próprio público alvo. Ainda bem que temos Luca Guadagnino para incomodar essa parcela do público que só queria uma comédia romântica para satisfazer sua zona de conforto e se depara com um thriller romântico fora da caixinha.



⭐️⭐️⭐️⭐️ Muito Bom 🙃

O filme estreia nos cinemas nesta Quinta-feira 25 de Abril. 

terça-feira, 16 de abril de 2024

GUERRA CIVIL (2024) "Civil War" de "Alex Garland"

 


♨️  Um grito de desilusão ao desequilíbrio do mundo. ♨️

Guerra Civil é uma bela e intensa visão distópica, não só da guerra que devasta cidades mas também da nossa  ignorância em compreender o que é a guerra, quando é necessária ou se é realmente necessária. Tudo é registrado pela lente de uma jornalista, em um filme que provoca a reflexão em pequenos atos de grandes proporções.

Lee (Kirsten Dunst) se encontra na cidade de Nova York. Ela é uma das melhores fotógrafas de guerra do ramo e desenvolveu essa reputação por meio de astúcia, talento e um nível de bravura. Ela se junta ao colega Joel (Wagner Moura) muito motivado pela adrenalina, Jessie (Cailee Spaeny) uma jornalista novata resgatada por ela da explosão de um homem-bomba e Sammy (Stephen McKinley Henderson) um jornalista veterano do que sobrou do New York Times. Os quatro querem viajar para o Sul com o objetivo de entrar em Washington DC, entrevistar o presidente e responsabilizá-lo.

O cenário é caótico. As Forças Ocidentais estão perto de tomar o Capitólio, muito perto. Há também o fato de estarem numa nação com mais armas do que pessoas, em um país onde os cidadãos satisfazem os seus caprichos mais sombrios e se autodenominam patriotas. A decadência americana surge dentro de sua própria soberba e perdida em estereótipos.

Muito se fala sobre sair correndo para defender a liberdade, seja lá o que isso signifique, ou ignorar as atrocidades porque “não é da nossa conta”. É por isso que o jornalismo é importante. A imagem certa no momento certo pode colocar um conflito em foco. Alguns argumentos também podem ser  ignorados com uma eficiência brutal. Qualquer um pode ter uma opinião sobre a Guerra na Ucrânia ou na Palestina mas a opinião não substitui a realidade das famílias mortas.

Infelizmente, muitos de nós somos hostis ao jornalismo, especialmente quando este nos mostra algo de que não gostamos. Isso leva à polarização, que leva ao conflito. Quem sobrou para documentar a verdade das coisas? Ainda são os jornalistas. Embora você possa pensar que o novo filme de Alex GarlandGuerra Civil, trata de certas coisas, o que realmente trata é o poder e a responsabilidade que cercam o jornalismo de combate. Um filme tenso, atual, necessário e poético.


⭐️⭐️⭐️⭐️ ÓTIMO

👀 QUINTA-FEIRA (18/04) nos Cinemas! 

quarta-feira, 3 de abril de 2024

UMA FAMÍLIA FELIZ (2023) de José Eduardo Belmonte

 


         👨👩👧👦 Os dramas da maternidade e das pressões sociais 👩👧👦

   Uma família feliz é um thriller psicológico ou um suspense dramático com doses homeopáticas de tensão, o filme do experiente diretor José Eduardo Belmonte foi gravado em Curitiba e tem como protagonistas duas estrelas do audiovisual brasileiro, Grazi Massafera e Reynaldo Gianecchini. Eles desbravam as tensões das relações familiares e do mundo de aparências de um condomínio perfeito, em uma trama sobre infância e maternidade.

   Eva (Grazi) acabou de dar à luz o seu terceiro filho e se depara com a angústia de uma depressão pós-parto em meio a uma vida burguesa supostamente perfeita. O ar tranquilo de sua família feliz é invadido por acontecimentos estranhos quando suas filhas gêmeas aparecem machucadas. Eva é acusada e retaliada pela comunidade. Isolada e questionada por seu próprio marido, ela precisa superar sua fragilidade para provar sua inocência e reestruturar sua família.

   A história original e o roteiro do longa são do escritor Raphael Montes (“Bom Dia, Verônica”), que também estreia como diretor-assistente. O argumento também deu origem ao livro homônimo, já disponível nas livrarias. O filme é 15º longa-metragem dirigido por José Eduardo Belmonte, diretor que tem uma história construída em Brasília no início dos anos 2000, inclusive, era comum seus filmes serem exibidos no Festival de Brasília, sempre com produções muito ousadas, como “A Concepção” (2005) que continua como um dos mais interessantes de sua filmografia.

   O que tinha de diferencial no diretor em suas produções se tornou seu principal pecado ao lidar com o comum, a limpeza da sociedade era questionada e destruída por uma cena underground vibrante e corajosa, Uma família feliz é o oposto disso, muito polido e sem qualquer frescor social, os temas são tratados de forma superficial e se salva pelo suspense bem construído e uma Grazi Massafera em boa atuação, mas é pouco brilho e muito potencial. 

   O filme é uma boa produção que se perde durante sua condução que transita no lugar comum e não se sustenta de forma efetiva no seu mistério, perde potencial em se concentrar nos clichês do drama de sua protagonista, entregando algo próximo de um folhetim da TV e se afastando do cinema.


⭐️⭐️ REGULAR

👀 O filme estreia nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira, 4 de abril.


quarta-feira, 27 de março de 2024

O HOMEM DOS SONHOS (2023) - "Dream Scenario" de "Kristoffer Borgli"

 


O delírio tragicômico do cancelamento.

  O cineasta norueguês Kristoffer Borgli juntamente com a produção do visionário Ari Aster (Hereditário,  Midsommar) apresentam uma obra sobre o caos existencial com toques de crítica social recheado de camadas interessantes. O Homem dos Sonhos pode ser monótono em alguns momentos mas presenteia o expectador com mais uma atuação brilhante de Nicolas Cage, uma fantasia cinematográfica sobre a paranóia da exposição e do cancelamento.

    O infeliz homem de família Paul Matthews (Nicolas Cage) descobre um dia que várias pessoas não relacionadas - algumas das quais ele nem conhece - estão sonhando com ele. Ele aparece nesses sonhos despreocupado com o que quer que esteja acontecendo, ignorando todas as perguntas e apelos. Aos poucos Paul se torna uma pequena celebridade. Mas então, por razões que fogem ao controle, o Paul dos sonhos começa a se tornar um ator ativo nos sonhos: primeiro amoroso, depois malévolo; o que começou como um fenômeno social inofensivo transforma-se num problema que exige vergonha coletiva e reações violentas. 

  O Homem dos Sonhos é uma comédia obscura que segue com muitos elementos atrativos mas carece de coragem para seguir as suas implicações até sua conclusão. Enquanto o potencial de terror vai se esgotando, o delírio surge como um espetáculo crescente, a metáfora sobre uma geração de pessoas que nasceram conectadas e inevitavelmente vivem o sucesso e o fracasso em questão de segundos, vira um gatilho perigoso que por pouco não se esvazia na escolha poética do diretor.

   Por fim, se torna uma experiência cinematográfica com cenas memoráveis, que recupera a tração perdida à medida que tudo se consolida, é aquele tipo de filme que ganha força tempos depois e seu personagem principal poderia facilmente ter outras vivências exploradas.



⭐️⭐️⭐️ BOM

O Filme estreia nos cinemas nesta Quinta-feira 28/03 pela Califórnia Filmes.