sexta-feira, 12 de abril de 2019

THE CHEMICAL BROTHERS - "No Geography" (2019)


O nono álbum dos britânicos do Chemical Brothers, grande referência das pistas eletrônicas, traz uma vibe introspectiva e uma mistura sons que movimenta a pista de dança ou faz dela um lounge delicioso e misterioso. 

A veterana dupla eletrônica Tom Rowlands e Ed Simons sempre usaram o eletrônico para flertar com o rock. A dupla meio que ajudou a inventar o eletrônico nos anos noventa e a EDM (que eles admiravelmente ignoraram durante a última década) . O último álbum deles, "Born in the Echoes" de 2015 usou e abusou do que eles dominaram no último século, canções para agitar a pista regada a psicodelia além de convidados (Q-Tip, Beck e St. Vincent e Annie Clark). Ao evitar convidados do mainstream da música em " No Geography", tirando a participação discreta de Aurora em alguns vocais, o trabalho vai a uma direção mais pesada, ao mesmo tempo, sugerindo uma introspecção e angústia talvez reflexo do tempo em que vivemos atualmente. Três décadas depois de terem surgido eles tentam voltar a origem. Durante a gravação, eles construíram um “estúdio dentro de um estúdio”, contendo todos os seus antigos equipamentos analógicos e antigos, que vinham acumulando poeira desde a década de 1990. A ideia era fazer música como eles costumavam fazer antes da modernidade, essa inspiração é bem vinda e quem acompanha a carreira deles perceberá nesse trabalho. As vibrações das músicas tem uma lembrança de uma época mais criativa na música eletrônica com baterias eletrônicas e barulhentas, sintetizadores e um som típico que agitava as raves. O som eletrônico atual se escora em remixes e na preguiça de fazer um som criativo graças a ascenção de DJ"s e não de músicas. O trabalho começa com "Eve of Destruction" com uma sonoridade e uma vibe disco misturada a um eletro moderno e com bastante classe e um dançante hino pessimista que ressalta que essa geração não luta por paz, amor, união e respeito. "Bango" traz simplicidade e uma divertida batida de percussão que é quase um complemento da primeira faixa e entregando muito bem a "No Geography" que serve mais como uma colagem dos sons do álbum em uma música curta e complexa quase que fechando essa trilogia inícial. "Got To Keep On" tem uma onda relaxante. "Gravity Drops" é aquela música perdida que não sabe para onde ir e pode proporcionar bons momentos de psicodelia. "The Universe Sent Me" não tem o "punch" ideal para uma pista, talvez encaixe em uma passarela de desfile de moda. "We"ve Got To Try" tem uma vibe soul e com um groove dos anos 70 e é quase uma introdução a deliciosa a "Free Yourself" que levanta o álbum e tem a acidez típica do grupo, difícil não se contagiar com a batida e o refrão! "Mah" é a melhor música do álbum e lembra os melhores momentos da carreira deles. "Catch Me I"m Falling" tem refrão interessante e solar que funciona muito bem para encerrar essa jornada. O grupo não se preocupa em fazer parte da "onda do momento", mal sofrido por Prodigy e outros artistas dessa geração que tentaram se renovar e soaram datados mesmo assim. Não chega a ser o melhor trabalho deles mas captura a essência e a emoção da cultura pop de maneira eficiente e com a identidade marcante no som deles e revigorado o grito ao mundo que eles ainda podem sim proporcionar bons momentos dançantes sem transitar no lugar comum. "O ELETRO NA ESSÊNCIA POP"

Música Favorita do Álbum: FREE YOURSELF



São 10 músicas inéditas disponíveis nas principais plataformas digitais pela EMI!

Hype: ÓTIMO


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